sexta-feira, 5 de dezembro de 2008

Necessidades educacionais especiais.

Existem muitas incertezas por parte dos profissionais da escola sobre como trabalhar com as crianças e jovens com necessidades especiais. Infelizmente não acontece o que deveria na prática, pois toda escola deveria trabalhar coletivamente, sendo todos responsáveis pelo desenvolvimento do trabalho, mas o que observo é que o professor que trabalha com alunos especiais fica responsável, de forma individual, pelo êxito ou não desse aluno, enquanto esse deveria ser um trabalho assumido por toda a comunidades escolar.
O PPP precisa atender ao princípio da flexibilização, para que o acesso ao currículo seja adequado às condições do aluno, respeitando suas necessidades e favorecendo seu progresso escolar. Essa flexibilização exige adaptações no currículo e na avaliação.
No PPP da escola onde trabalho, encontrei como fundamentação teórica:
“Para garantir a efetiva inclusão dos alunos com necessidades educacionais especiais, o professor e a escola devem estar convencidos de sua importância na formação e inserção social deste aluno”.
“O Projeto educativo da escola contempla como desafio à inclusão de alunos com necessidades educacionais especiais”.
Quanto à avaliação está escrito no Regimento Escolar:
“O aluno com necessidades educacionais especiais devidamente diagnosticadas, serão avaliados considerando-se as habilidades e competências demonstradas, levando-se em conta suas necessidades e potencialidades.
As habilidades e competências demonstradas pelo aluno em relação aos objetivos e conteúdos curriculares de caráter funcional e prático, no seu processo de construção do conhecimento, serão registradas em relatório específico.”
Sei que não existem receitas prontas para esse trabalho e nem poderiam, pois cada caso é um caso e tem suas próprias necessidades e potencialidades. Mas sinto-me muito sozinha do desenvolvimento do trabalho, observo progressos em relação a socialização do meu aluno e também alguns progressos na área cognitiva, mas fico com uma dúvida constante: Será que eu poderia ajudar meu aluno a ter progressos mais significativos se tivesse uma formação para mediar o processo de aprendizagem dessa criança? Ou Será que seria diferente se um professor especializado de rede municipal trabalhasse junto comigo, orientando e discutindo as possibilidades de ajudar essa criança a progredir?
De acordo com a Resolução CNE/ CEB nº 02/ 2001, no artigo 18, § 4 – “Aos professores que já estão exercendo o magistério devem ser oferecidas oportunidades de formação continuada, inclusive em nível de especialização, pelas instâncias educacionais da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios”. Na prática, eu nunca participei de nenhuma formação continuada tratando desse tema.
Também de acordo com a lei, o professor de classe regular deve ser capacitado. De acordo co o artigo 18, § 1º “São considerados professores capacitados para atuar em classes comuns com alunos que apresentam necessidades educacionais especiais àqueles que comprovem que, em sua formação, de nível médio ou superior, foram incluídos conteúdos sobre educação especial adequados ao desenvolvimento de competências e valores para [...]”. Em minha formação não foram incluídos conteúdos sobre educação especial, então não sou capacitada, no entanto isso não é levado em conta quando as crianças chegam a escola.
Sendo assim acredito na possibilidade de crianças especiais demonstrarem que podem aprender, que podem conviver com outras crianças e principalmente não só com crianças especiais, mas com qualquer criança acredito muito na importância de confiar na capacidade de cada um, pois isso eleva sua auto-estima e eles acreditam em si mesmos, mas não posso deixar de comentar a necessidade de um apoio, de Políticas Educacionais menos preocupadas com a burocracia e mais com a prática efetiva oferecendo recursos necessários e oportunidades para a prática das leis e de um trabalho coletivo de toda a comunidade escolar.