sexta-feira, 23 de maio de 2008

O Saber e o Sabor

Assisti ao vídeo O Saber e o Sabor e uma das passagens que mais chamou minha atenção foi o exemplo do professor e escritor Rubem Alves quando fez a comparação do macarrão e disse \ “só vai sobrar aquilo que está integrado com a vida\". Quanta coisa fazemos em sala de aula que está integrada com a vida?
Como disseram outros professores, o importante é o desafio, fazer pensar.Desafiar nossos alunos para que tenham vontade de buscar a solução e assim o trabalho será significativo, estarão construindo conhecimento.
Muitas vezes nossos alunos querem relatar fatos, fazer perguntas e começamos a ouvir, mas o tempo está passando e temos outros trabalhos a fazer deixando essas perguntas para depois.Talvez com essa atitude não estejamos ganhando tempo e sim perdendo. Será que através da pergunta de uma criança, ao invés de dar a resposta não podemos lançar um desafio? Ainda nas palavras do professor Rubem Alves \ “Educar não é ensinar respostas, educar é ensinar a pensar. \”.

O professor precisa interagir com seus alunos, isso também foi dito no vídeo pelo professor Ubiratan D\'Ambrósio. Infelizmente, em nossa realidade ainda vemos professores que apenas transmitem conteúdos, sem lançar desafios, sem fazer o aluno pensar, sem ouvir o aluno e sem conhecer sua realidade, para eles o importante é reproduzir o conteúdo ensinado.
A aprendizagem acontece através da interação com o outro, fazendo trocas, discutindo hipóteses, desenvolvendo a capacidade de saber ouvir, refletir, questionar e argumentar.

sábado, 17 de maio de 2008

Caça ao tesouro

Aproveitando a realização da atividade de Estudos Sociais onde fizemos um pequeno percurso pelo pátio da escola, observando e logo após representando esse caminho através de desenhos e da leitura da atividade realizada pela professora Tatiana, realizei com minha turma a atividade de caça ao tesouro, com o objetivo de montar um itinerário e aprender a situar-se e deslocar-se no espaço.

Primeiro passo:

Pedi que desenhassem no quadro o caminho da sua casa até a escola. Depois explicaram esse caminho usando termos como dobro aqui, viro ali, vou reto, subo a lomba, passo pelo mercado... Perguntei se aqueles caminhos poderiam ser chamados de mapas. Conversei sobre mapas, para que servem, observamos o globo terrestre e percebi que realmente as crianças já possuiam muitos conhecimentos sobre o assunto, pois disseram que mapas servem para a gente não de perder, um aluno disse que já brincava de caça ao tesouro em casa e fazia mapas.

Segundo passo:

Expliquei como seria a brincadeira de caça ao tesouro.Cada grupo escolheu um objeto para ser o tesouro, saiu da sala e escondeu pelo pátio.

Terceiro passo:

Voltaram para sala com a missão de desenhar o mapa do tesouro para que os colegas do outro grupo , através das referências encontrasse o tesouro.

Quarto passo:

Saíram a caça do tesouro e não tiveram grandes dificuldades para encontrar, pois combinamos que deveriam marcar com um x o tesouro no mapa. Um grupo demorou mais para encontrar.

Voltamos para sala e discutimos a atividade, fizemos algumas reflexões e descobrimos que um grupo demorou mais pois as referências não estavam claras.Pediram para repetir a atividade e dessa vez fizeram os mapas observando melhor os pontos de referência.

Essa atividade foi um grande sucesso, gerou uma empolgação tão grande que as crianças corriam para dscobrir o tesouro. Todos participaram ativamente. Pediram para fazer outras vezes.

No dia seguinte eu escondi o "tesouro" na sala da supervisão da escola e dei o mesmo mapa para todos os grupos.

Novamente a mesma empolgação e alegria. Um grupo não demorou muito a encontrar o tesouro, subiram a escada e contaram as portas das salas do andar de cima. Pelo mapa descobriram que estava na 5ª sala e logo chegaram ao tesouro, que foi dividido com os outros grupos.

Após a atividade fiz alguns questionamentos orais:

*O que fica entre a sala onde estava o tesouro e a nossa sala?

*O tesouro estava antes ou depois do refeitório?

*O tesouro estava no andar de cima ou debaixo?

*O que vemos antes da pracinha?

*No caminho passamos pelos banheiros, eles ficam antes ou depois da nossa sala?

*O que tem entre a nossa sala e o banheiro?

*O tesouro estava mais perto da nossa sala ou do refeitório?

*O tesouro estava mais longe da nossa sala ou do refeitório?

Essa atividade desenvolve o pensamento e ajuda a criança a compreender e representar o mundo em que vive, além de aprender a situar-se e deslocar-se no espaço.


sábado, 10 de maio de 2008

O mundo dentro da escola e o mundo fora dela.

Essa semana vou relatar um fato que aconteceu na escola onde trabalho. Estávamos na sala dos professores, hora do recreio, uma colega comentou que achava um absurdo seus alunos (3º ano do ensino de nove anos) não escreverem utilizando letra cursiva. Como essa turma foi a minha no ano passado, eu disse que eles conheciam a letra cursiva, mas não praticaram. Ela continuava dizendo ser um absurdo. Perguntei por que, ela não conseguiu argumentar, apenas disse que eles deveriam escrever e ler a letra cursiva. Perguntei se nas lojas, supermercados, placas, revistas, gibis, jornais havia letra cursiva, ou seja, se no mundo onde a criança vive existe letra cursiva. Ela respondeu que tinha alguns livros com esse tipo de letra e eu disse que ela tinha, mas as crianças não e que nessa fase da alfabetização estão curiosos e despertando para esse novo mundo, se usarmos letra cursiva dificultaria, mas agora que já estão alfabetizadas, ela deveria treinar essa letra e deixar que eles façam sua opção para escrever. O mais importante é transmitir sua mensagem.

Não conseguimos chegar a um entendimento e o recreio acabou.

Achei interessante relatar esse fato, pois falamos tanto em trabalhar de acordo com a realidade onde está inserido nosso aluno, de levar em conta as experiências e os conhecimentos que as crianças trazem do seu cotidiano, mas na prática ainda há professores que fazem uma separação: o mundo da escola e o mundo fora dela.

sexta-feira, 2 de maio de 2008

Cada um precisa fazer a sua parte.

Reflexão sobre o filme O Balance.

No inicio do filme havia uma relação equilibrada entre os habitantes daquele universo, pois cada um fazia a sua parte e todos faziam um pouco, ou seja, viviam de forma cooperativa, sabiam que faziam parte do ambiente em que viviam e precisavam dele para sua sobrevivência. Havia uma integração entre os habitantes e todos tinham consciência da necessidade do esforço mútuo para manter o equilíbrio.

Mas a partir do momento em que um habitante deixou de pensar no grupo e na necessidade de um compromisso com a vida de todos os seres vivos e pensou apenas nele próprio, iniciaram os conflitos e cada um começou a agir de forma individual. Essas ações começaram a deixar o universo em desequilíbrio.

O filme mostra que tudo o que há na natureza funciona de maneira equilibrada, cada um fazendo a sua parte. Mas o grande consumo de nossa sociedade, que não respeita o meio ambiente, vem provocando mudanças e agressões ambientais como a poluição do ar que causa o efeito estufa, a poluição da água, contaminada por esgotos, agrotóxicos e excesso de espuma de detergentes, as queimadas, o acúmulo de lixo, os animais ameaçados de extinção, o consumo excessivo de energia, o desperdício de água entre outros. Essas agressões estão colocando o planeta em desequilíbrio e podem comprometer o futuro desse planeta.

Infelizmente há muitas pessoas que acham que os recursos naturais são inesgotáveis e que o homem domina a natureza. Mas no filme observamos que não é assim. É necessário assumir responsabilidades de forma individual e coletiva, procurar superar os conflitos pessoais e tomar decisões de forma coletiva para que se possa manter o planeta em equilíbrio.

No final do filme ficou claro que o homem destrói e ele mesmo sofre as conseqüências desse ato.

Nós, como educadores, temos um papel fundamental na formação de nossas crianças orientando, questionando, levantando hipóteses, discutindo idéias, pesquisando, experimentando e levando a comunidade a entender que precisamos preservar de forma cooperativa para que haja respeito pelo meio ambiente, pela água, pelo ar e por tudo aquilo que é para todos.

O mundo é capaz de prover a todos o suficiente para as suas necessidades básicas. Mas não é grande o bastante para prover os desejos de uma só mente ambiciosa”.

Gandhi