sábado, 25 de abril de 2009

MOSAICO

A primeira coisa que fiz quando li a proposta desse trabalho foi pesquisar sobre os conceitos de raça e etnia, pois parecem semelhantes, mas há uma grande diferença já que o conceito de raça está relacionado ao caráter físico, biológico dos povos enquanto etnia está relacionada às diferenças culturais dos povos.

Durante a realização dessa atividade com as crianças foi possível perceber que algumas famílias mantém alguns costumes da cultura de suas origens e dedicam tempo para conversar sobre isso com seus filhos, enquanto outras famílias disseram não saber sobre suas origens familiares, não sei se por falta de interesse e tempo para conversar com os filhos ou pela grande mistura de povos que constitui o povo brasileiro.

Esse trabalho foi, para algumas crianças, um momento de interação com a família, de diálogo, de trocas, pois elas chegaram na escola contando histórias que ouviram dos pais, conhecendo e construindo suas próprias histórias de vida.

Na escola, tiveram a oportunidade de conhecer várias etnias, ou seja, culturas diferentes. Essa troca de experiências ensina a conviver respeitando e valorizando as diferenças, sejam de raça, etnia, religião, classe social... As crianças também refletem sobre o preconceito e descobrem que ele existe, mas são unânimes em dizer que devemos rejeitar a discriminação.

Tenho aprendido muito nesses últimos semestres fazendo relações entre teorias e práticas e essa atividade do Mosaico étnico-racial, foi mais uma atividade onde comprovei a possibilidade e a necessidade de nos desvincularmos apenas da linguagem oral e escrita, mas partirmos da ação, onde a criança não fica imóvel, apenas ouvindo e repetindo, mas onde ela interage, ela traz seus conhecimentos para sala de aula, troca experiências com os colegas, manipula objetos e principalmente reflete sobre o que está sendo discutido. Dessa forma constrói seus próprios conceitos, que poderão ser sistematizados pelo professor.

O que escrevemos no caderno do dia do trabalho foi construído em conjunto por todas as crianças e a professora: “Somos uma mistura de povos e assim uma mistura de culturas com diferentes crenças, sotaques, comidas, costumes, mas todos devem ser respeitados e valorizados.”



quinta-feira, 16 de abril de 2009

MOSAICO

Essa semana estou trabalhando na construção de um mosaico étnico-racial com meus alunos.
Na primeira etapa as crianças pesquisaram sobre a origem de seus sobrenomes, trouxeram fotos da família e relataram alguns costumes e tradições do povo de sua descendência. Trocaram idéias, observaram semelhanças e diferenças, desenharam, recortaram e colaram fotos e gravuras. Durante esse trabalho iam surgindo questões sobre as diferenças e eu ia fazendo as intervenções através de questionamentos, as crianças refletiam e interagiam nas respostas e dessa forma concluíram que devemos respeitar cada pessoas como ela é, sem discriminação, ou seja, independente de raça, cor, etnia ou religião.
Agora vamos montar o mosaico com o material que as crianças trouxeram e confeccionaram, assim que estiver pronto postarei aqui as imagens e minhas reflexões sobre esse trabalho.

sábado, 11 de abril de 2009

Necessidades educacionais especiais.

De acordo com os textos propostos para a Unidade 2 conclui que a lei proporciona o direito à educação, pública e gratuita, das pessoas com deficiências, condutas típicas e altas habilidades.
Esse conhecimento sobre as leis é muito importante aos educadores e principalmente às famílias das pessoas com necessidades especiais, pois permite que seja exigido o cumprimento do direito de educação a todos e todas as especificidades relativas à educação especial. Mas sabemos que na prática o cumprimento de tudo o que está previsto na lei está longe de acontecer realmente e que somente esse registro legal, não assegura direitos numa realidade onde as Políticas Públicas ainda não contemplam a Educação Especial na prática e onde ocorre a exclusão social.
A inclusão das crianças com necessidades educacionais especiais nas escolas é um grande desafio, que precisa de um trabalho coletivo da escola, de seus profissionais, das famílias e dos serviços especializados (quando necessário). Essas “atividades desenvolvidas no atendimento educacional especializado diferenciam-se daquelas realizadas na sala de aula comum, não sendo substitutivas à escolarização. Esse atendimento complementa e/ou suplementa a formação dos alunos com vistas à autonomia e independência na escola e fora dela.” (Texto: Política Nacional de Educação Especial na perspectiva da Educação Inclusiva).

sexta-feira, 3 de abril de 2009

Modelos pedagogicos e modelos epistemologicos

Reflexão baseada na teoria

Os modelos pedagógicos são sustentados pelos modelos epistemológicos, ou seja, a Pedagogia diretiva pelo empirismo, a Pedagogia não-diretiva pelo apriorismo e a Pedagogia Relacional pelo construtivismo.
O modelo da Pedagogia diretiva é baseado no modelo epistemológico empirista, em que o professor é o centro da aprendizagem, aquele que transmite o conhecimento e o aluno passivamente repete.
O modelo da Pedagogia não-diretiva é baseado no modelo epistemológico apriorista,onde o professor é um auxiliar do aluno, que já nasce com o conhecimento e aprende por si mesmo.
O modelo da Pedagogia relacional é baseado no modelo epistemológico construtivista, onde o professor deve sempre instigar o aluno à reflexão, problematizar situações que façam o aluno pensar, fazer descobertas e construir sua aprendizagem. Nesse modelo há troca, interação e cooperação entre professor e aluno.
Quando iniciei meu trabalho há 24 anos atrás fui preparada através de uma Pedagogia diretiva e foi isso que encontrei na prática quando cheguei na escola. As crianças sentadas umas atrás das outras, ouvindo e repetindo, os professores acreditando que o conhecimento era transmitido e que o aluno só aprende se o professor ensina. Iniciei meu trabalho dessa forma, mas nunca acreditei nisso, apenas não tinha experiência e pouco conhecimento, agi de forma empirista por algum tempo, mas isso me deixava com muitas dúvidas sobre a aprendizagem das crianças. Depois de algum tempo, com mais experiência, comecei a trabalhar com os alunos sentados em grupos, com questionamentos e problematizações, com a ação das crianças primeiro, suas reflexões e depois a construção dos conceitos.
Naquela época eu trabalhava com alfabetização e era totalmente contra a memorização mecânica das famílias silábicas.Comecei a trabalhar com a realidade das crianças, com a relação dos sons das letras e sílabas dos nomes das crianças, dos nomes dos objetos da sala de aula, dos personagens das histórias infantis, dos animais das crianças (que íamos visitar em casa ou elas traziam para escola). Comecei a trabalhar com as hipóteses de escrita da criança (somente mais tarde é que conheci o trabalho de Emília Ferreiro), sem a memorização mecânica das sílabas, mas através das relações. Isso foi novo para mim também, claro que tive dúvidas e incertezas, mas deu certo e as crianças alfabetizaram-se com sucesso.Dessa forma acreditei que a aprendizagem acontecia de maneira mais significativa . Algumas colegas acharam um trabalho diferente e começaram a refletir sobre isso, outras criticaram dizendo que iria virar bagunça.
Hoje, continuo alfabetizando e acredito que já trabalho a muitos anos de acordo com a Pedagogia relacional, mas não sabia disso teoricamente.