sexta-feira, 26 de novembro de 2010

Eixo 9 x TCC

No eixo 9 a proposta foi à construção do Trabalho de Conclusão de Curso. Esse foi o trabalho mais difícil de ser elaborado, pois não tivemos uma Interdisciplina que nos preparasse para essa construção, além de termos pouco tempo para pesquisar e desenvolver todo o trabalho. Porém, ao mesmo tempo, foi muito gratificante escrever sobre um tema em que sempre acreditei, desenvolver uma pesquisa de campo, ler e refletir sobre as teorias a esse respeito e confirmar que a escola deve voltar-se para a qualidade das suas relações, valorizando o desenvolvimento afetivo e social e não apenas o cognitivo, como elementos fundamentais no desenvolvimento da criança e do jovem. As relações de mediação feitas pelo professor devem ser sempre baseadas por sentimentos de respeito, aceitação e valorização do aluno, pois esses sentimentos marcam a relação do aluno com o objeto de conhecimento e elevam sua auto-estima , fortalecendo a confiança em suas capacidades.
De acordo com Rodrigues a aprendizagem escolar depende, basicamente, dos motivos intrínsecos: uma criança aprende melhor e mais depressa quando se sente querida, está segura de si e é tratada como um ser singular (...). Se a tarefa escolar atender aos seus impulsos para a exploração e a descoberta, se o tédio e a monotonias forem banidos da escola, se o professor, além de falar, souber ouvir e se propiciar experiências diversas, a aprendizagem infantil será melhor, mais rápida e mais persistente. Os motivos da criança para aprender são os mesmos motivos que ela tem para viver. Eles não se dissociam de suas características físicas, motoras, afetivas e psicológicas do desenvolvimento (RODRIGUES, 1976, p.174).

terça-feira, 9 de novembro de 2010

TCC x Eixo 8

No eixo 8 trabalhamos com o Estágio Supervisionado, abaixo trago um recorte de uma reflexão semanal sobre uma atividade realizada com a turma 932- 3° ano do Ensino Fundamental:
As crianças fizeram suas pesquisas na internet sobre os hábitos de higiene, assistiram dois vídeos sobre o tema, jogaram joguinhos envolvendo o cuidado com os dentes, com o corpo e com o ambiente onde vivem. Refletiram sobre suas pesquisas e construíram cartazes com suas descobertas. Apresentaram seus trabalhos para os colegas, que interagiram relatando suas experiências e responderam aos questionamentos feitos pela professora. Na hora de formar os grupos par dar continuidade à proposta de construir uma história sobre o tema, confeccionar os personagens e apresentar, surgiu um conflito. Um menino disse: “Prô, tu poderia formar os grupos." Questionei por que, afinal eles sempre escolhem seus grupos. Ele respondeu que havia alguns colegas que sempre ficavam juntos e que ele achava melhor trocar os grupos e trabalhar com outros colegas. Perguntei à turma se concordavam, a maioria disse que sim. Questionei sobre o que poderíamos fazer, disseram que era melhor a professora escolher. Sugeri então, que fizéssemos um sorteio. Aceitaram a proposta e trabalharam nos grupos com interação e colaboração, mas algumas crianças me perguntam muitas decisões que precisam tomar, ainda não conseguem decidir isso no grupo, precisam da aprovação da professora. Sempre devolvo a pergunta dizendo que precisam decidir juntos o que será melhor para o grupo.
Na escola, desde os tempos mais antigos, as crianças não são estimuladas a pensar e tomar decisões, ao contrário, são levadas a obedecer e dar respostas prontas, memorizadas.
Por isso através do trabalho em grupo, do respeito à opinião das crianças, das reflexões proporcionadas pelos questionamentos e da relação afetiva entre professor e aluno é possível o desenvolvimento da autonomia. Sobre isso Célia Barros dos diz: “Quando os adultos não castigam as crianças por seus erros, mas usam diálogo, trocando pontos de vista com elas, estão desenvolvendo a sua autonomia, a capacidade de tomar decisões por si mesmas, levando em consideração o ponto de vista das outras pessoas. As crianças que são estimuladas a tomar decisões são encorajadas a pensar. O oposto da autonomia é a heteronomia: seguir as opiniões de outras pessoas. Muitos adultos não se desenvolveram, mantiveram-se intelectualmente heterônomos e acreditam no que lhes dizem, sem fazer perguntas. Aceitam conclusões ilógicas, slogans e propagandas, sem questioná-los” . (Barros, 1996, pág. 33).
Através das atividades lúdicas, as crianças aprendem com prazer. No momento em que as crianças foram autoras das histórias, construíram seus personagens e apresentaram seus trabalhos estavam desenvolvendo a imaginação, a criatividade, fazendo relações com suas realidades e principalmente estavam sendo sujeitos ativos na construção de suas aprendizagens , desenvolvendo a autonomia.
Nessa reflexão semanal fica claro a importância da afetividade na relação professor-aluno, pois, a afetividade na relação professor-aluno não se restringe apenas ao contato físico, já que essas trocas afetivas vão tornando-se mais complexas e sendo substituídas pelo respeito, pela compreensão, pelas trocas, pelo diálogo, ou seja, cabe ao professor oferecer possibilidades ao aluno para realizar as atividades de acordo com suas possibilidades e com confiança em sua capacidade.
De acordo com Fernandez (1991) toda aprendizagem está impregnada de afetividade, já que ocorre a partir das interações sociais, num processo vinculado. Na aprendizagem escolar, a relação entre alunos, professores, conteúdo escolar, livros e escrita, não se dá puramente no campo cognitivo. Existe uma base afetiva permeando essas relações, visto que, para aprender é necessário um vínculo de confiança entre quem ensina e quem aprende. O processo de ensino e aprendizagem é complexo e pode trazer tanto para o educador quanto para o educando momentos de alegrias, angústias, tristezas, mas também de grandes realizações.

quinta-feira, 4 de novembro de 2010

Eixo 7 x TCC

Na Intercisciplina de Seminário Integrador VII refletimos sobre um texto de Humberto Maturana,onde o tema do texto possui uma relação direta com o tema do TCC- afetividade, emoções. Abaixo faço um recorte de um Forum onde discutimos o texto:
21/09/2009 23:24:21
Ligia Regina dos Passos
O texto Aprendizagem como transformação estrutural na convivência (Humberto Maturana) de REAL (2007) traz uma reflexão interessante sobre as emoções, pois se pensarmos no dia-a-dia da sala de aula, a relação entre professores e alunos pode facilitar ou dificultar a aprendizagem dependendo dessas emoções, que podem estar baseadas no medo ou no amor. Também, dependendo da emoção nessa relação, pode-se desenvolver a solidariedade e a cooperação que geram aceitação do outro ou o egoísmo e a competição que geram a rejeição do outro.
Esse trecho possui uma forte relação com meu TCC, pois segundo Rodrigues (1976,p.173), os motivos humanos para aprender qualquer coisa são profundamente interiores. A criança deseja aprender quando há em si motivos profundamente humanos que desencadeiem tais aprendizagens. Considerando esta afirmação, o autor salienta que, a aprendizagem escolar depende, basicamente, dos motivos intrínsecos: uma criança aprende melhor e mais depressa quando se sente querida, está segura de si e é tratada como um ser singular (...). Se a tarefa escolar atender aos seus impulsos para a exploração e a descoberta, se o tédio e a monotonias forem banidos da escola, se o professor, além de falar, souber ouvir e se propiciar experiências diversas, a aprendizagem infantil será melhor, mais rápida e mais persistente. Os motivos da criança para aprender são os mesmos motivos que ela tem para viver. Eles não se dissociam de suas características físicas, motoras, afetivas e psicológicas do desenvolvimento (RODRIGUES, 1976, p.174)