domingo, 28 de setembro de 2008

Aprendizagem

O processo de construção do conhecimento, tanto da criança como do adulto, tem como pressupostos básicos a intensificação das relações entre professor-aluno e os aspectos afetivos emocionais. Aspectos afetivos que não são somente o contato físico, mas a valorização do aluno, um elogio ao seu trabalho, mesmo que ele não esteja totalmente dentro do esperado, o professor deve fazer as críticas construtivas do que precisa melhorar, mas também procurar destacar o que tem de positivo, reconhecer seu esforço, motiva-lo sempre e dar abertura para sua expressão.
A aprendizagem do adulto difere da criança, pois o adulto tem necessidade de saber porque ele precisa aprender algo, no que isso será útil em sua vida, o adulto, por ter vivido mais tempo, possui muitas experiências de vida, que precisam ser levadas em conta e utilizadas na intervenção do professor.
Enfim a aprendizagem das crianças, normalmente é centrada nos conteúdos de aprendizagem enquanto a aprendizagem do adulto é centrada nas suas necessidades reais de vida. Mas ambas precisam de afeto, motivação, auto estima e respeito às suas individualidades.
"As escolas deveriam entender mais de seres humanos e de amor do que de conteúdos e de técnicas educativas. Elas têm contribuido em demasia para a construção de neuróticos por não entenderem de amor, de sonhos, de fantasias, de símbolos e de dores".
Cláudio Saltini

domingo, 21 de setembro de 2008

Currículo escolar

Ao pensarmos o currículo escolar, devemos perceber que nem tudo o que a escola ensina, o aluno aprende e, nem tudo que o aluno diz ter aprendido na escola, a escola assume como resultado de seu ensino, por isso, devemos levar em conta a realidade dos alunos e da comunidade, já que currículo são as diversas experiências que o aluno tem no ambiente escolar, que oportunizam a construção de conceitos, o desenvolvimento de habilidades, o sentir, o pensar, o se adaptar, o valorizar e o respeitar, considerando, também, todas as condições do ambiente de aprendizagem que interferem nas relações sociais, na sala de aula e na escola.
Para isso é necessária uma adequada seleção e uso acertado das melhores estratégias didáticas, que não poderão ser independentes do conteúdo, dos objetivos e do contexto.
O currículo precisa ser flexível, um conjunto de situações e atividades que vão surgindo e que os alunos e os professores reelaboram conjuntamente.
Segundo Paulo Freire “A organização do currículo escolar deve reconhecer outras formas de inteligência além da lingüística e lógico-matemática, que reflita e apreenda o homem no contexto do seu universo. É preciso um ensino flexível às necessidades individuais do aluno”.

sexta-feira, 12 de setembro de 2008

O desenvolvimento humano

Erikson estudou o desenvolvimento humano-psicossocial baseado em oito estágios, sendo que todos têm um componente positivo e outro negativo, que de uma forma ou de outra, vão intervir na conduta do ser humano, influenciando no desenvolvimento dos estágios seguintes. Nessa teoria os mecanismos de construção da personalidade estão associados às condições de vida social, que produzem experiências individuais.
Maturana estuda o desenvolvimento humano sem levar em conta etapas distintas, mas a partir da biologia do conhecimento, acredita que o homem vai adquirindo conhecimento com a vida, integrado nas interações com o meio e acentua a importância das emoções no desenvolvimento humano, na forma de agir das pessoas, ou seja, a emoção influencia em nossas ações. De acordo com o autor, os seres humanos são seres amorosos, que por natureza aceitam o outro. Mas vivemos em uma cultura que nega essa natureza amorosa. As crianças, por exemplo, naturalmente se aceitam, o preconceito é consequência de um aprendizado cultural e social.
Trazendo a teoria de Maturana para nossa prática, observo que a educação está muito voltada para o racional e o que precisamos é valorizar mais as emoções, equilibrar o racional e o emocional. Refletindo sobre isso, fiquei pensando em como está sendo desenvolvido meu trabalho, como as emoções interferem? Não as emoções como sentimentos, mas como \" disposições corporais dinâmicas que definem os diferentes domínios de ação em que nos movemos.\" ( MATURANA,1999).

sexta-feira, 5 de setembro de 2008

A ORGANIZAÇÃO ESCOLAR EM UMA PERSPECTIVA DEMOCRÁTICA


O modelo de administração burocrática vem cedendo lugar a uma administração democrática, onde a centralização de poder está sendo substituída pelas negociações e discussões entre os segmentos das escolas – pais, alunos, professores e funcionários.

Esse processo de gestão democrática não é função exclusiva do gestor, mas de um trabalho participativo, envolvendo todos os segmentos que fazem parte da escola.

Na gestão democrática há uma combinação de processos que mesclam democracia representativa, através de instrumentos e instâncias formais que pressupõem a eleição de representantes, com a democracia participativa através do estabelecimento de estratégias e fóruns de participação direta, conselhos de classe, assembléias que dão fundamento a essas representações.

Os princípios de uma gestão democrática são a participação efetiva de todos os segmentos da escola, a descentralização do poder e principalmente a transparência nas negociações entre os representantes dos diferentes segmentos, que se da através do acesso de todos às informações relevantes para a tomada de decisões. A transparência deve estar presente em todas as questões administrativas, financeiras e pedagógicas.

Enfim, a gestão democrática significa a união entre instrumentos formais – a eleição de direção, conselho escolar, descentralização em todos os aspectos e práticas efetivas de participação, que precisam ser realmente efetivas e esse, talvez, seja o grande objetivo da gestão democrática.

Na escola onde atuo há uma gestão democrática com a eleição de direção e Conselho Escolar, mas em relação à participação ainda estamos em desenvolvimento, pois a mesma é muito passiva, os segmentos funcionam mais como uma instância de consulta e não no estabelecimento de diretrizes, metas, execução e avaliação. Na construção do Projeto Político Pedagógico houve a participação de todos os segmentos escolares, sendo que o segmento pais foi muito pouco representativo em relação ao número de alunos da escola, mas participaram mais como ouvintes, poucos opinam ou tomam iniciativas.

Percebo uma certa apatia e falta de motivação por parte dos professores, que fazem muitas críticas, mas não procuram soluções. Acredito que o trabalho docente é muito fragmentado, individualista, não é privilegiado o trabalho coletivo e para haver a participação efetiva de toda comunidade escolar é necessário trabalhar de forma cooperativa, com responsabilidade, flexibilidade, respeito e valorização de todos os segmentos escolares. Dessa forma estaremos contribuindo para um verdadeiro processo de gestão democrática.