terça-feira, 29 de setembro de 2009

Cultura surda e Comunidade surda

A cultura surda é centrada, principalmente, em sua forma sinalizada de comunicação, com modelo cultural diferente dos ouvintes. Essa cultura representa a identidade cultural de um grupo de surdos que se define enquanto grupo diferente de outros grupos.
Para a pesquisadora Carol Padden “uma Comunidade Surda é um grupo de pessoas que mora numa localização particular, compartilha as metas e, de vários modos, trabalha para alcançar estas metas.” Nessa comunidade podem ter ouvintes e surdos que não são culturalmente surdos.
De acordo com meu entendimento na aula presencial há uma distinção entre ser surdo e ser deficiente auditivo, ou seja, o deficiente auditivo é aquele que não utiliza a língua se sinais- Libras para se comunicar, não assume sua identidade e não conhece as Comunidades Surdas enquanto o surdo é aquele que assume sua identidade de não ouvinte e que se comunica normalmente através de sua própria língua, a Libras.
A Libras é reconhecida cientificamente como um sistema lingüístico de comunicação gestual-visual, com estrutura gramatical própria, oriunda das Comunidades Surdas do Brasil, uma língua natural, formada por regras morfológicas, sintáticas, semântica e pragmática. É uma língua com estrutura independente da língua portuguesa, que possibilita o desenvolvimento cognitivo do surdo.
Não tenho convivência com pessoas surdas, mas já vi nos cursos, nas formações de professores pessoas surdas com as intérpretes e na rua onde moro existe uma família em que o casal é surdo, já observei que se comunicam através de gestos e emitem alguns sons.
Minha opinião sobre pessoas surdas é que em nossa essência todos somos humanos, apenas alguns são diferentes e não incomunicáveis, mas sei que o preconceito existe e que para muitas pessoas ouvintes os surdos são “incapazes” ou “deficientes”.
Para interagir com as pessoas surdas é importante o contato visual, a expressão facial e corporal. Para conversar com uma pessoa surda acredito que poderia falar com a pessoa olhando para ela, frente a frente, utilizando a escrita ou por gestos e movimentos do corpo.

Letramento social e Letramento escolar

A escola, inicialmente, tinha como função principal exercer seu poder de controle, levando os alunos à nunca questionarem, apenas repetirem mecanicamente o que lhes era transmitido, tendo o professor como centro da aprendizagem. Com o passar do tempo a escola assumiu outros papéis, mas nunca sem deixar de lado a questão de manter o controle. Dessa forma, a escola ainda tem uma organização que é vivida somente dentro dela, sem levar em conta a realidade do mundo que a cerca, a realidade de vida de cada criança. Assim a escola preocupa-se com o letramento escolar, ou seja, aquele tradicional onde alfabetizar é apenas traçar letras, decodificar signos e repetir mecanicamente aquilo que o professor transmite, sem levar em conta os conhecimentos que o aluno já traz, sem repensar suas estratégias de ensino e sem fazer a relação entre o letramento escolar e o letramento social, ou seja, tornar a leitura e a escrita úteis na vida do aluno, habilitando-o a usa-las no seu cotidiano com diferentes finalidades e desenvolvendo sua autonomia.
A escola também precisa compreender a diversidade de linguagens que podem ser trabalhadas , oferecendo um ambiente de ensino diversificado. Normalmente trabalhamos com a linguagem oral e a escrita, mas no dia-a-dia a criança convive com a linguagem musical, visual, corporal e outras. Por isso na escola é necessário explorar outros tipos de linguagens, já que essas linguagens possuem diferentes formas de comunicação e possibilitam a manifestação de sentimentos e conhecimentos.
Sendo assim, a escola precisa ensinar a ler e a escrever no contexto das práticas sociais da leitura e da escrita, tornando-as significativas e úteis na vida do aluno, através de diferentes portadores de textos e atividades cotidianas que criem um ambiente rico em práticas de leitura e escrita, sem esquecer que é fundamental trabalhar de acordo com a realidade de cada comunidade escolar.

quarta-feira, 23 de setembro de 2009

Projeto de Aprendizagem

A construção do Projeto de Aprendizagem sobre a vida fora da terra foi baseada nas curiosidades do grupo e desenvolvida através de um trabalho cooperativo, onde todos nós fomos desafiados a expor nossas dúvidas, pesquisar, buscar informações, fazer relações entre essas informações e principalmente interagir com os colegas.

O PA é uma metodologia de trabalho dinâmica, que respeita o tempo de cada um na construção do seu conhecimento. Não trabalha com a idéia de que deve ser tudo igual para todos e de que todos devem aprender a mesma coisa ao mesmo tempo, como é a nossa prática.

Escolhemos um tema polêmico e instigante, que possibilitou muitas pesquisas e descobertas, mas é um tema que não tem uma resposta definida.

sábado, 19 de setembro de 2009

Relato de experiência

Ontem, pela primeira vez estive em uma aula da EJA. Fui fazer uma observação e conhecer um pouco dessa realidade na prática.
Observei uma turma de 6ª série, com idades variadas, diferentes origens, costumes e crenças e muitos afastados da sala de aula há muito tempo.
Havia uma grande interação entre o professor e os alunos e entre eles mesmos. Cada aluno é rico em experiências e compartilha as mesmas na sala de aula, havendo uma integração entre a realidade vivenciada por ele e o tema estudado.
Percebi que são pessoas interessadas em aprender e que o professor aproveitou os conhecimentos e curiosidades dos alunos. Através de questionamentos e uso do senso comum,ou seja, uma metodologia baseada no diálogo, tornou a aula prazerosa, todos estavam envolvidos e demonstrando interesse pelo tema estudado. Dessa forma é possível resgatar a auto-estima e tornar a aprendizagem significativa e útil na vida desse aluno, que ali está em busca de uma qualificação, não só em relação ao trabalho, mas uma qualificação de vida.

sábado, 12 de setembro de 2009

EJA

É muito interessante e necessário conhecer e aprender sobre a EJA, pois um dia, talvez, essa possa ser uma prática profissional da qual farei parte.
Nunca trabalhei com a EJA e pouco conheço sobre essa modalidade de ensino, mas tenho colegas que trabalham e quando conversamos sobre esse tema, dizem que é um trabalho muito prazeroso e gratificante, pois sentem que as pessoas estão lá por vontade própria e querem aprender com muita disposição, apesar do cansaço que muitas demonstram.
Normalmente quando pensamos em EJA fazemos a relação com a alfabetização de pessoas que não tiveram essa oportunidade na idade escolar por diversos motivos, mas lendo o Parecer 11/2000 e realizando estudos no trabalho em grupo sobre esse Parecer aprendi que não é apenas essa a função da EJA, ela tem objetivos muito além de apenas oferecer o domínio da escrita e da leitura, possui também a função reparadora, que se constitui na restauração do direito a uma escola de qualidade, o que significa ter acesso a um bem real, social e simbolicamente importante, contribuindo para a conquista da cidadania e a inserção no mundo do trabalho, através da aquisição das competências exigidas para isso. A função equalizadora que acolhe a trabalhadores e a tantos outros segmentos da sociedade possibilitando-lhes a reentrada no sistema educacional, no mundo do trabalho, na vida social e a função qualificadora que proporciona a qualificação de vida para todos, propiciando a atualização de conhecimentos por toda a vida.
Para cumprir essas funções é necessário que a EJA tenha um Projeto pedagógico próprio que leve em conta as necessidades, expectativas e experiências dos jovens e adultos, garantindo assim sua permanência na escola.

terça-feira, 8 de setembro de 2009

Leitura, escrita e oralidade

Nenhuma língua é falada do mesmo jeito em todos os lugares e nem se escreve ou lê-se da mesma forma em todos os lugares. Existe uma variação da fala devido a fatores sociais, culturais, regionais, devido à idade das pessoas ou a realidade em que vivem. A escrita é mais difícil, pois exige treinamento e conhecimento de regras. Normalmente as pessoas escrevem como falam e isso, muitas vezes, não está de acordo com as regras da escrita.
Refletindo sobre esse tema e relacionando com a prática em sala de aula, surgem algumas dúvidas: Meus alunos do 2º ano, com 8 anos de idade escrevem seus textos de maneira espontânea e procuro mostrar a escrita correta como o uso do ch ou do x, do j ou do g, mas fiquei pensando na necessidade ou não de correção, nessa fase da aprendizagem, em relação a palavras como “denti”, “penti” e outras já que não falamos dente ou pente, mas denti e penti. Acredito que devo mostrar ao aluno que a fala e a escrita nem sempre estão relacionadas diretamente pois falamos de um jeito e escrevemos de outro. Espero que possamos trocar experiências e discutir esse assunto nesse semestre.

sexta-feira, 4 de setembro de 2009

Marcas e lembranças

Foi muito interessante nesse retorno às aulas pensar sobre as marcas que eu gostaria de deixar em meus alunos. Lembrei de muitos alunos, muitos momentos de interação e trocas entre nós.Que marcas será que ficaram dessas experiências? Espero que tenham ficado e gostaria que ficassem para todos os meus alunos as marcas da educação como o prazer em aprender com alegria, com respeito às diferenças, com interação entre a vida fora e dentro da escola, com amizade, com solidariedade e com a construção da autonomia de cada criança, bem como com a certeza de que todos acreditem sempre nas suas capacidades. Espero que lembrem da escola como um ambiente de cooperação, de troca de experiências e de convivências que colaborou de forma positiva em seu desenvolvimento físico, cognitivo, afetivo e social e de uma professora que não dá ordens, mas o exemplo a ser seguido.