sábado, 27 de junho de 2009

Inclusão

Na interdisciplina de Necessidades Educacionais Especiais foi muito importante para mim o conhecimento teorico, as leituras que foram feitas, os filmes assistidos, os debates nas aulas presenciais e a relação de tudo isso com a prática, o conhecimento da legislação, das instituições especializadas do município, o entendimento de que a inclusão não deve ser penosa, sofrida, mas um processo que está iniciando sua caminhada, que estamos todos aprendendo através de nossa prática e principalmente de nossas reflexões e reconstruções de conceitos.

Há muitas dúvidas e questionamentos ainda sobre a inclusão, mas compreendi a necessidade de estar aberta a essa realidade e não me omitir por medo, comodismo ou pelo fato de não estar preparada para a inclusão.

Também compreendi que não é o aluno que deve adaptar-se à escola, mas a escola que deve adaptar-se à diversidade, aos alunos e que os alunos com necessidades educacionais especiais não são alunos de uma determinada professora, mas alunos de toda a escola.

Enfim, a parceria da escola com os pais, com a comunidade em geral e com os especialistas é uma necessidade fundamental para que aconteça a verdadeira inclusão e muito além de mudanças fisicas na escola é necessário a mudança na maneira de pensar de muitos educadores.

"Para entender é preciso esquecer quase tudo o que sabemos.A sabedoria precisa de esquecimento.Esquecer, é livrar-se dos jeitos de ser que se sedimentam em nós, e que nos levam a crer que as coisas têm de ser do jeito como são." Rubem Alves.

domingo, 21 de junho de 2009

Desenvolvimento moral

Trabalho com uma turma que tem faixa etária em torno de sete e oito anos de idade. Certo dia cheguei na escola, peguei as crianças na fila e antes de chegar até a sala eles, agitados, contaram que um aluno da 4ª série havia mexido na pasta de um colega da nossa turma e pegou o dinheiro desse colega que seria para ele comprar seu lanche.Conversei com o menino e perguntei se era verdade, ele disse que sim. Então fui até a sala do menino perguntar o que havia acontecido, antes mesmo de eu terminar de falar ele começou a gritar e saiu sem falar com a professora, dizendo que era apenas uma brincadeira. Sua reação foi muito violenta, ele não deu oportunidade para uma conversa harmoniosa. Foi até a minha sala, entrou gritando e agredindo, com palavras, ao menino e a mim. Precisei segura-lo e tirar para fora da sala, mas ele não parou para conversar e saiu brigando e resmungando. No final o dinheiro estava na pasta, pois ele havia pegado e colocou novamente sem que o dono percebesse.
Refletindo sobre esse fato é possível observar o quanto o menino que agiu com agressividade e rebeldia deve estar habituado ao autoritarismo e a coação. Ele é um menino rotulado por suas atitudes, daqueles que a escola toda conhece, e seus professores agem com autoridade e punições, mas uma autoridade sem argumentação, que não possibilita a reflexão dessa criança sobre as intenções de seus atos. Essa atitude não faz com que a criança compreenda as regras e nem desenvolva relações interpessoais de cooperação e respeito.
A autonomia é a meta do desenvolvimento moral e a educação moral na escola precisa favorecer o pensamento moral autônomo decorrente das relações permeadas pela reciprocidade e respeito mútuo.
No exemplo ocorrido na escola fica claro que quanto mais coação utilizada pela autoridade, mais prolongada será a heteronomia e mais difícil o desenvolvimento da autonomia moral.
É necessário refletir sobre os conflitos existentes no dia-a-dia para que as intervenções que serão feitas possibilitem à criança construir valores e regras, ou seja, as intervenções decorrentes dos conflitos podem trazer conseqüências significativas na formação moral das crianças.
Segundo a teoria de Piaget é por meio dos conflitos que o processo de equilibração ou auto-regulação é desencadeado.
O que observo na prática é que os conflitos são vistos como prejudiciais ao bom desenvolvimento das relações entre alunos e professores e procura-se resolve-los através do uso de autoridade sem reflexão, da criação de regras impostas, da punição ou da transferência para a família ou especialistas. Mas através das leituras e reflexões sobre esse tema é possível entender que os conflitos podem ser oportunidades para que os valores e as regras sejam trabalhados, já que são naturais nas relações entre os sujeitos.

sábado, 13 de junho de 2009

Mapas conceituais


Mapas Conceituais são representações gráficas semelhantes a diagramas, que indicam relações entre conceitos ligados por palavras. Representam uma estrutura que vai desde os conceitos mais abrangentes até os menos inclusivos. São utilizados para auxiliar a ordenação e a seqüenciação hierarquizada dos conteúdos de ensino, de forma a oferecer estímulos adequados ao aluno.
A abordagem dos mapas conceituais está embasada em uma teoria construtivista, entendendo que o indivíduo constrói seu conhecimento e significados a partir da sua predisposição para realizar esta construção. Servem como instrumentos para facilitar o aprendizado do conteúdo sistematizado em conteúdo significativo para o aprendiz.
Na aula presencial do dia 02 de junho, trabalhamos em grupo na construção de um mapa conceitual sobre os conceitos piagetianos.
Partimos da idéia de interação entre o sujeito e o meio, essa interação promove a assimilação, ou seja, a interpretação de uma informação nova. A assimilação possibilita a acomodação, ou seja, o reconhecimento de uma informação, através daquela já construída, reelaborando-a e também a equilibração, que faz o individuo desestabilizar suas certezas e reelabora-las. Esse processo gera a acomodação e a construção do conhecimento que cria condições para a aprendizagem e assim vai acontecendo constantemente.

sábado, 6 de junho de 2009

Os Povos Indígenas

Assisti um DVD da TV Escola- Secretaria de Educação a Distância do Ministério da Educação sobre a Pluralidade Cultural que falava sobre os Povos indígenas e fiquei impressionada ao ouvir pessoas de várias regiões do país definirem o índio como sendo humano, mas quase um animal, como um selvagem, como um povo em extinção, preguiçoso ou como pessoas que andam seminus, pintados,com cocar na cabeça e argolas no nariz.
As pessoas têm apenas aquela informação passada na escola e nos livros didáticos do índio na época do descobrimento do Brasil, que foi escravizado pelos europeus, sem na verdade conhecer a cultura desses povos e aquilo que não é conhecido, não é respeitado. Por isso existe tanta discriminação com os povos indígenas, tratados como pessoas inferiores aos brancos.
A contradição entre índio e povos indígenas aconteceu porque os europeus pensaram ter chegado às Índias, quando chegaram ao Brasil, e assim os habitantes dessa Terra foram chamados de índios enquanto os povos indígenas são grupos heterogêneos, pois a linguagem, os costumes, as crenças, as formas de organização social, política, familiar variam muito de um grupo para outro.Por isso não é possível generalizar essas características para todos os grupos indígenas, já que cada grupo possui a sua identidade étnica de acordo com a sua cultura.
Quando os povos indígenas foram aprisionados pelos colonizadores europeus foram obrigados a falar o português, eram castigados pelos jesuítas de fossem pegos falando a língua indígena. Alguns índios passaram a acreditar que falar o português tornava a pessoa superior ou mais importante e foram perdendo sua identidade,substituindo suas crenças pelas crenças dos homens brancos, tornando-se, assim pessoas exploradas e marginalizadas pela sociedade, enquanto outros continuaram , mesmo reprimidos, praticando sua língua, pois para eles a língua é um dos fatores que preserva sua identidade, sua cultura.
Os índios voltaram a organizar-se em grupos, recuperaram sua auto-estima e estão lutando por seus direitos, reconstruindo sua identidade cultural (no DVD, assisti crianças índias sendo alfabetizadas em português e também da língua indígena, preservando sua cultura), apesar de ainda haver muita discriminação por esse povo.
Finalmente para desfazer os preconceitos sobre os povos indígenas, acredito que a melhor forma é conhecer de fato a cultura desses povos e valorizar a identidade étnica de cada grupo indígena, compreender seu modo e organização de vida e conviver pacificamente, respeitando seus direitos e principalmente nós, educadores, termos essa visão e possibilitar aos nossos alunos essa realidade que não aparece nos livros didáticos.
De acordo com Azilene Inácio, índia do RS “o povo indígena teve um avanço de conquistas muito teórico como na Constituição de 88 que garante a expressão cultural indígena e o respeito às diferenças, mas na prática não evoluiu.”