sexta-feira, 25 de abril de 2008

Fazendo contas de cabeça

Realizei uma atividade onde os alunos tiveram como desafio responder a questão: Quais as possibilidades de combinar as bolinhas para formar a idade de cada um?

Distribui em uma mesa várias bolinhas com cores diferentes e cada cor tinha um número registrado. Por exemplo: as bolinhas laranjas tinham o número 1, as rosas o número 2, as vermelhas o número 3 e as verdes o número 4.

Cada um deveria pegar quantas bolinhas quisesse para tentar formar suas hipóteses e fazer as combinações até chegar a sua idade. Tinham que encontrar,no mínimo, três possibilidades diferentes.

Durante a realização da atividade as crianças envolveram-se e trabalharam de maneira cooperativa, pois discutiam as possibilidades.

Quando imaginei a atividade, achei que seria fácil, mas na prática não foi tão simples assim. Algumas crianças compreenderam a proposta e rapidamente foram formando as possibilidades. Outras precisaram da minha intervençao com questionamentos que fizessem pensar, então sugeri que fizessem risquinhos em cima das bolinhas e fossem contando. De acordo com o texto Conta de cabeça " Vale marcar com traços,bolinhas ou qualquer outro elemento visual, desde que sejam utilizados para registrar resultados parcias das etapas percorridas mentalmente."

Um aluno de 7 anos utilizou 2, 3, 1 e quando contamos os risquinhos disse que faltava mais 1. Com isso percebi que essa atividade faz pensar, desenvolve o raciocínio e o cálculo mental, pois alguns já iam formando as possibilidades oralmente, antes de pegar as bolinhas.

Apenas um aluno dessa turma não consegue contar seguindo uma ordem e não reconhece os números. Ele disse no final do trabalho: " Aprendi como se faz sete".

Procuro sempre fazer atividades diferenciadas para que as aulas não sejam cansativas e sem significado, mas vejo que muitas dessas atividades não levam ao desenvolvimento do pensamento lógico, pois falta conhecimento teórico, daí a importância das leituras, reflexões, interações com colegas e relações dessa teoria com a prática.

Alguns depoimentos dos alunos ao final da atividade, quando conversamos sobre o trabalho realizado:

*" Tem jeitos diferentes de fazer quantos anos a gente tem."

*"Tem gente com a mesma idade que fez alguma coisa igual e outra diferente."

*"Tem gente que precisa de mais bolinhas e outros de menos bolinhas."

*" Eu aprendi como é o sete."

*"Foi legal fazer esse trabalho."






sexta-feira, 18 de abril de 2008

Revendo a prática

Essa semana pensei muito sobre as operações fundamentais e após as leituras feitas na interdisciplina e relacionando com a prática, fiquei com um grande ponto de interrogação: Por que trabalhamos conceitos isolados, um após o outro e pela ordem soma, subtração, multiplicação e por último a divisão? Por que utilizamos tão pouco o cálculo mental?
Acredito que fomos preparados dessa forma e esperamos a produção de respostas certas, através do cálculo escrito e exato, não incentivando o cálculo mental.
Fiz essa semana atividades sugeridas pela professora e tutoras e confirmei que as crianças já utilizam em seu dia-a-dia as operações de forma espontânea e natural. Então por que esperamos para trabalhar a divisão somente no final da 2ª série?
Acredito que seria importante dedicar, todos os dias, um tempo para essa manipulação com material concreto e desafios que façam a criança pensar. Mas ainda tenho dúvidas sobre o registro desses momentos. Será que devemos fazer todos os registros dessas atividades no caderno?

sábado, 12 de abril de 2008

Planejamento flexível



Essa história em quadrinhos sugerida pela disciplina de Estudos Socias traz a questão do planejamento para uma reflexão.
O planejamento precisa ser flexível e como diz Maria Aparecida Bergamaschi "um planejamento aberto, que carrega em si a possibilidade de um ensino para a formação da cidadania crítica, em que os alunos possam participar de sua aprendizagem e do processo histórico em que estão inseridos."
O aluno deve construir seu conhecimento através da interação com seu contexto.
A escola precisa levar em conta as experiências e os saberes dos alunos.
Obs.: Clicar em cima das imagens para aumentar o tamanho.

sábado, 5 de abril de 2008

Matemática no dia-a-dia


Essa semana aprendi junto com meus alunos trabalhando com gráficos. Foi uma atividade muito estimulante e que envolveu a todos.Confesso que não trabalhava com a construção e a interpretação de gráficos e fiquei motivada com as descobertas que as crianças fazem quando estimuladas a pensar e resolver problemas e não simplesmente armar e efetuar ou resolver as operações.
Também li o texto de Daniela Stevanin Hoffmann que confirma a necessidade de trabalharmos a matemática com a manipulação de variados recursos que coloquem o aluno em interação com diversos conceitos matemáticos. Segundo Piaget " o conhecimento ocorre a partir da ação do sujeito e não a partir de cópias mentais da realidade."Já trabalho com material concreto, mas acho que falta usar a matemática de forma mais contextualizada. Que as crianças possam utilizar em seu cotidiano as relações lógicas que constroem nas experiências vivenciadas na escola, que tenham a oportunidade de manipular objetos, testando através de hipóteses e criando conceitos.
Precisamos mudar a idéia da matemática como reprodução de procedimentos, memorização de regras e acúmulo de informações para a idéia da matemática como ação e perceber que os conhecimentos matemáticos estão presentes no dia-a-dia dos nossos alunos como, por exemplo, guardar os materiais nas caixas certas.