sexta-feira, 22 de outubro de 2010

Tcc x Eixo 6

Na Interdisciplina de Filosofia da Educação refletimos sobre o texto Educação após Auschwitz. Abaixo apresento um texto que escrevi, como proposta de um trabalho, após a leitura e reflexões feitas nos fóruns, que tem uma grande relação com o tema a importância da afetividade na educação.

“Diante de uma sociedade que promove a desigualdade social e da prática de uma educação ainda muito autoritária, onde grande parte dos educadores acreditam ser os donos do saber, o texto de Adorno evidencia uma grande preocupação, ou seja, impedir o retorno à barbárie.
Adorno relaciona a barbárie com o nazismo, pois nele a violência física tornou-se algo comum e essa foi sua preocupação, que isso voltasse a acontecer e a violência se tornasse comum na vida das pessoas.
Infelizmente a educação, desde os tempos mais antigos, assumiu um papel de manipulação das pessoas em favor de uma classe dominante, gerando o autoritarismo e formando as pessoas passivas, aceitando tudo aquilo que era imposto e assim vem acontecendo até os dias de hoje.
Evitar a volta da barbárie não depende apenas de mudanças na educação, mas sim nas relações sociais das pessoas em casa, no trabalho, na escola, nos movimentos sociais, na luta política contra a dominação, ou seja, o processo de libertação humana depende desse conjunto de mudanças. A educação sozinha não tem chance de lutar contra a barbárie burocratizada que mantém o sistema, mas a educação tem chance sim de formar a consciência critica de cada individuo, possibilitando a formação de pessoas com autonomia e autodeterminação para que se tornem agentes de transformação social pensando nas relações humanas, na preocupação com o outro, tendo a consciência de que o outro não é uma “coisa”, mas um ser humano que merece e deve ser respeitado.
Diariamente, através da mídia e de nossas vivências pessoais, observamos casos de agressões e de violência ao nosso redor, mas não podemos aceitar isso como algo natural. Para isso cada um precisa fazer a sua parte, ou seja, o governo oferecer condições dignas de trabalho, os pais educarem seus filhos com limites, diálogo e amor, os educadores entenderem que a educação não é meramente transmissão de conteúdos e a comunidade integrar-se na sociedade com uma participação efetiva.
A escola precisa, desde a educação infantil, incentivar a boa convivência, a solidariedade, a cooperação, o respeito, a tolerância, pois são práticas de convivência fundamentais na formação do ser humano que, caso não sejam estimuladas, geram o individualismo, a necessidade de ser melhor do que os outros, nem que seja através da brutalidade ou da agressão.
Refletindo sobre o texto, pensei na relação possível com outras interdisciplinas que estamos estudando como os Projetos de Aprendizagem, no Seminário Integrador, estes seriam meios de aprendizagem dinâmicos, baseados no interesse do aluno, que proporcionam a ele participar do seu processo de construção da aprendizagem, mudando a concepção de autoritarismo, onde tudo parte do professor. Também foi possível relacionar com a Educação de Pessoas com Necessidades Educacionais Especiais e Questões Étnico-raciais, pois a escola de hoje precisa mudar seu olhar em relação à diversidade, entendendo que os alunos não aprendem todos a mesma coisa ao mesmo tempo, mas cada um vai construindo sua aprendizagem e que é necessário reconhecer nas diferenças uma possibilidade de trocas, saber explorar a riqueza de cada diferença.
Enfim é preciso que o ser humano não considere a agressão como uma atitude normal, mas sinta vergonha de qualquer tipo de agressão, seja ela física, psicológica, preconceituosa ou qualquer outra para que Auschwitz não se repita.”

Relacionando o texto ao TCC é possível compreender a necessidade da afetividade na relação entre professor-aluno e entre toda a comunidade escolar como forma de respeito mútuo entre todos e de cooperação para o desenvolvimento da aprendizagem.
Os problemas de aprendizagem são de fato difíceis de serem compreendidos. No entanto, para avançar na compreensão do não aprender, um primeiro passo é olhar para a criança ou para o jovem em sua totalidade afetiva e cognitiva, conforme sugere a teoria piagetiana, ao considerar a afetividade e a inteligência como aspectos inseparáveis, irredutíveis e complementares da conduta humana.

Um comentário:

Geny disse...

Querida aluna Ligia Passos,
Sua reflexão é convincente e questionadora, concordo que a educação começa na família, destaco. “A escola precisa, desde a educação infantil, incentivar a boa convivência, a solidariedade, a cooperação, o respeito, a tolerância, pois são práticas de convivência fundamentais na formação do ser humano...”
Obrigado por sua postagem!
Abraços,
Geny