quarta-feira, 6 de outubro de 2010

TCC x Eixo 4

A afetividade afeta diretamente no processo de aprendizagem como um elemento motivador e facilitador desse processo. Porém muitos professores negligenciam os aspectos afetivos, dando ênfase apenas aos aspectos cognitivos. Dessa forma a pesquisa do TCC tem como questão norteadora: De que maneira a relação professor-aluno interfere no processo ensino aprendizagem?
A afetividade está relacionada com o respeito, a compreensão, as trocas, o diálogo, ou seja,aprender a sentir é fundamental, pois muitos professores estão perdendo a sensibilidade em troca, unicamente, da cognição. Dessa forma cabe ao professor oferecer possibilidades ao aluno para realizar as atividades de acordo com suas possibilidades e com confiança em sua capacidade.
Todas essas atitudes relacionadas com a afetividade foram enfatizadas nas interdisciplinas do Eixo 4. Nas interdisciplinas de Representação do Mundo pela Matemática, pelos Estudos Sociais e pelas Ciências refletimos sobre a necessidade do aluno pensar, ser desafiado a buscar respostas e discuti-las com os colegas, partir da ação e reflexão sobre essa ação para depois construir conceitos, como no recorte abaixo feito em um trabalho de Representação do mundo pelas ciências:
Normalmente o ensino de Ciências acontece como transmissão de informações, onde o aluno repete o que o professor ensinou. Nessa forma de trabalhar não é levado em conta o conhecimento que a criança já possui ao entrar na escola, conhecimento esse adquirido em suas vivências no seu dia-a-dia, ou seja, o ensino parte da teoria para os exemplos, enquanto deveria começar pelos exemplos trazidos pelas crianças, onde elas tivessem a oportunidade de questionar, refletir, explorar, formular hipóteses e assim a escola iria sistematizar essas informações para desenvolver o conhecimento científico.De acordo com o texto Repensando o ensino de Ciências a partir de novas histórias da ciência “É a partir dos problemas e interesses de nossos estudantes que podemos integrar novas informações e conceitos, ampliando aquelas visões iniciais. A escola, geralmente por desconhecer os conhecimentos prévios dos estudantes, simplesmente justapõe novas informações às preexistentes sem chegar a transformá-las”.
Em Estudos Sociais, outro recorte importante retirado de um trabalho:
Na atualidade, cada vez mais vemos os professores angustiados em não perder tempo, uma vez que os currículos parecem privilegiar cada vez mais a quantidade de matérias a serem trabalhadas. Entre essas matérias encontramos os Estudos Sociais, meio esquecido ou deixado em segundo plano, já que a grande preocupação fica por conta da leitura e da escrita. De acordo com Maria Aparecida Bergamaschi “Planejar um trabalho pedagógico que envolva escrita e leitura já não seria suficiente nas séries iniciais?”.
Hoje, após nossos estudos e reflexões, precisamos, como professores, promover uma educação voltada para o desenvolvimento de competências que preparem o aluno para compreender e intervir no mundo em que vive. Para isso podemos trabalhar, igualmente e de forma integrada todas as disciplinas, iniciando em Estudos Sociais com o resgate da memória individual e coletiva dos alunos, levando-os a participarem da construção de sua aprendizagem e do processo histórico em que estão inseridos.
Em Matemática destaco uma parte de uma reflexão:
Relacionando com os conceitos abordados, posso afirmar que o uso do material concreto é importante para formação de noções matemáticas, mas o que falta em nossa prática é a reflexão, pois as crianças não aprendem apenas manipulando objetos, mas refletindo sobre essa atuação com os objetos.
Precisamos contextualizar a matemática com o ambiente em que o aluno está inserido, fazer relações com esse meio e através do conhecimento da criança propor desafios para ela pensar e construir sua aprendizagem. Aos poucos vamos sistematizando aquilo que a criança já utiliza em seu dia-a-dia.
Todos esses exemplos estão diretamente relacionados ao tema da afetividade, pois para que seja possível essa renovação metodológica, primeiramente é necessário que o professor pare para ouvir seu aluno, conhecer sua realidade, trabalhar com a pedagogia da pergunta, pois é a partir daí que surge a curiosidade e a motivação para a pesquisa, buscando respostas e construindo conceitos e aprendizagens. Acredito que isso é afetividade, trocar, respeitar, dialogar, aprender junto com o aluno, assumindo um novo papel, o de mediador do conhecimento.
Vasconcelos (1994) entende que a influência do professor em sala de aula é muito grande, seja positiva ou negativa. Não tanto pelo conteúdo que ministra, mas muito mais pelo que ele é como pessoa e pelo seu relacionamento com os alunos.
O professor afetivo é aquele que desenvolve estratégias pedagógicas, educativas, dinâmicas e criativas, demonstra prazer em ensinar, estimulando os alunos e envolvendo-os nas decisões e nos trabalhos do grupo. O professor deve estar centrado na pessoa do aluno, compreendendo suas principais necessidades e incluindo-as no planejamento do ensino.

Um comentário:

Geny disse...

Querida aluna Ligia!

Realmente a afetividade faz parte do desenvolvimento da criança, ou seja, o cognitivo, psicomotor e o afetivo são inseparáveis para uma boa formação.

Obrigada por sua postagem!

Um carinhoso abraço,

Geny