sábado, 10 de maio de 2008

O mundo dentro da escola e o mundo fora dela.

Essa semana vou relatar um fato que aconteceu na escola onde trabalho. Estávamos na sala dos professores, hora do recreio, uma colega comentou que achava um absurdo seus alunos (3º ano do ensino de nove anos) não escreverem utilizando letra cursiva. Como essa turma foi a minha no ano passado, eu disse que eles conheciam a letra cursiva, mas não praticaram. Ela continuava dizendo ser um absurdo. Perguntei por que, ela não conseguiu argumentar, apenas disse que eles deveriam escrever e ler a letra cursiva. Perguntei se nas lojas, supermercados, placas, revistas, gibis, jornais havia letra cursiva, ou seja, se no mundo onde a criança vive existe letra cursiva. Ela respondeu que tinha alguns livros com esse tipo de letra e eu disse que ela tinha, mas as crianças não e que nessa fase da alfabetização estão curiosos e despertando para esse novo mundo, se usarmos letra cursiva dificultaria, mas agora que já estão alfabetizadas, ela deveria treinar essa letra e deixar que eles façam sua opção para escrever. O mais importante é transmitir sua mensagem.

Não conseguimos chegar a um entendimento e o recreio acabou.

Achei interessante relatar esse fato, pois falamos tanto em trabalhar de acordo com a realidade onde está inserido nosso aluno, de levar em conta as experiências e os conhecimentos que as crianças trazem do seu cotidiano, mas na prática ainda há professores que fazem uma separação: o mundo da escola e o mundo fora dela.

Um comentário:

Tutora Daisy disse...

Realmente. Gostei de ver que você argumentou com ela e defendeu seu ponto de vista.
Boa reflexão!