sexta-feira, 3 de abril de 2009

Modelos pedagogicos e modelos epistemologicos

Reflexão baseada na teoria

Os modelos pedagógicos são sustentados pelos modelos epistemológicos, ou seja, a Pedagogia diretiva pelo empirismo, a Pedagogia não-diretiva pelo apriorismo e a Pedagogia Relacional pelo construtivismo.
O modelo da Pedagogia diretiva é baseado no modelo epistemológico empirista, em que o professor é o centro da aprendizagem, aquele que transmite o conhecimento e o aluno passivamente repete.
O modelo da Pedagogia não-diretiva é baseado no modelo epistemológico apriorista,onde o professor é um auxiliar do aluno, que já nasce com o conhecimento e aprende por si mesmo.
O modelo da Pedagogia relacional é baseado no modelo epistemológico construtivista, onde o professor deve sempre instigar o aluno à reflexão, problematizar situações que façam o aluno pensar, fazer descobertas e construir sua aprendizagem. Nesse modelo há troca, interação e cooperação entre professor e aluno.
Quando iniciei meu trabalho há 24 anos atrás fui preparada através de uma Pedagogia diretiva e foi isso que encontrei na prática quando cheguei na escola. As crianças sentadas umas atrás das outras, ouvindo e repetindo, os professores acreditando que o conhecimento era transmitido e que o aluno só aprende se o professor ensina. Iniciei meu trabalho dessa forma, mas nunca acreditei nisso, apenas não tinha experiência e pouco conhecimento, agi de forma empirista por algum tempo, mas isso me deixava com muitas dúvidas sobre a aprendizagem das crianças. Depois de algum tempo, com mais experiência, comecei a trabalhar com os alunos sentados em grupos, com questionamentos e problematizações, com a ação das crianças primeiro, suas reflexões e depois a construção dos conceitos.
Naquela época eu trabalhava com alfabetização e era totalmente contra a memorização mecânica das famílias silábicas.Comecei a trabalhar com a realidade das crianças, com a relação dos sons das letras e sílabas dos nomes das crianças, dos nomes dos objetos da sala de aula, dos personagens das histórias infantis, dos animais das crianças (que íamos visitar em casa ou elas traziam para escola). Comecei a trabalhar com as hipóteses de escrita da criança (somente mais tarde é que conheci o trabalho de Emília Ferreiro), sem a memorização mecânica das sílabas, mas através das relações. Isso foi novo para mim também, claro que tive dúvidas e incertezas, mas deu certo e as crianças alfabetizaram-se com sucesso.Dessa forma acreditei que a aprendizagem acontecia de maneira mais significativa . Algumas colegas acharam um trabalho diferente e começaram a refletir sobre isso, outras criticaram dizendo que iria virar bagunça.
Hoje, continuo alfabetizando e acredito que já trabalho a muitos anos de acordo com a Pedagogia relacional, mas não sabia disso teoricamente.

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