segunda-feira, 14 de junho de 2010

O aluno como sujeito do seu processo de aprendizagem

“Na relação professor-aluno, o diálogo e as perguntas abrem o espaço novo das respostas que não foram preparadas. A pedagogia “bancária”, é verdade, dá maior segurança ao professor que pode estabelecer limites ao que será “transmitido”. A elaboração do saber, além dos puros conhecimentos, não se faz sem riscos, sem desafios, para além da segurança que nossas verdades prontas nos oferecem. Aliás, tanto na vida como na escola toda segurança é sempre precária, provisória, histórica”. (Gadotti, 2004, pág. 141).
Essa citação de Moacir Gadotti possibilita a reflexão sobre a necessidade do educador de aperfeiçoamento, de mudança de pensamento, compreendendo que, nos dias atuais, suas certezas arraigadas não servem mais para atender o objetivo da educação, ou seja, formar cidadãos críticos, questionadores, participativos e sujeitos do seu processo de aprendizagem.
A segurança que essas certezas trazem deixam o educador mais seguro, porém estão deixando os alunos desestimulados, indisciplinados e sem interesse na aprendizagem. Observo muito isso nas séries finais, já que no turno da manhã trabalho como bibliotecária e tenho substituído alguns professores. Ouvi de uma turma de 6ª série: “A gente não agüenta mais copiar do livro, toda aula tem que copiar do livro e responder perguntas, isso é muito chato.” Por outro lado escuto dos professores: “ A turma 61 é impossível, não querem nada com nada, só bagunça”.
Como, nos dias de hoje, com a tecnologia a todo vapor, um professor apenas propõe aos alunos copiarem do livro? Eles só podem responder fazendo bagunça.
É necessário mudar esse pensamento, utilizando diferentes linguagens em suas aulas, ouvindo os alunos, trabalhando com a pesquisa, com a expressão oral, com a ludicidade, com a cooperação, interagindo com o aluno e possibilitando que ele seja sujeito do seu processo de aprendizagem. Quem sabe não seria o caminho para diminuir a indisciplina?
Essa semana estou concluindo meu estágio com muitas expectativas positivas de continuar um trabalho que permite aos alunos construírem suas aprendizagens através da tecnologia, da música, do teatro, da pesquisa, da expressão oral, da leitura, das brincadeiras, ou seja, aprendendo a aprender com alegria, com prazer, com emoção, com cooperação e principalmente como sujeitos desse processo.

Um comentário:

Anice - Tutora PEAD disse...

Olá, Ligia:

É muito gratificante perceber teus avanços e o estímulo que tens em seguir com estas propostas.

Muito do que transmites aos alunos vem de tua experiência no PEAD, já que na maior parte das vezes tiveste que ter autonomia, cooperação e reflexão.

Grande abraço, Anice.