quarta-feira, 22 de setembro de 2010

Reflexões sobre as aprendizagens durante o curso

Percebi durante o curso que já pensava e concordava com as idéias de alguns autores, mesmo sem conhecer suas teorias, como Maturana (Real, 2007) que sustenta que a linguagem se fundamente nas emoções e é a base para a convivência humana, como Freire (Martin, 2007) que coloca como necessário para a educação o diálogo, que pressupõe trocas entre os sujeitos, como Piaget (Martin,2007) que embasa sua teoria na ação, na conscientização, num método que conduza o educando a autonomia, levando em conta os estágios de desenvolvimento em que ele se encontra.
Nunca acreditei na aprendizagem onde o aluno é um simples reprodutor do conteúdo ou onde ele deva apenas memorizar o que o professor transmite. Sempre acreditei na troca de experiências, na interação com os alunos e na relação afetiva entre professor e aluno.
Refleti, quase que diariamente, sobre minha prática, uma questão que esteve presente em todas as interdisciplinas, que é o fato de que nem todos aprendem a mesma coisa ao mesmo tempo. Iniciei meu trabalho sempre trabalhando a mesma coisa com todos ao mesmo tempo e logo passava para outro conteúdo, deixando alguns alunos sem a compreensão do conteúdo anterior e assim sucessivamente.
Hoje entendo a importância de conhecer e compreender os estágios de desenvolvimento da criança, perceber em que estágio a criança está e propor atividades compatíveis com esse estágio, trabalhar com Projetos de Aprendizagem que levem em conta o que os alunos já sabem, conhecer suas dúvidas e certezas, seus interesses, reconhecer nas diferenças uma possibilidade de trocas, saber explorar a riqueza de cada diferença, eliminar o preconceito e a discriminação, investir no processo de humanização, mudar a concepção de aprendizagem como transmissão de conteúdos para aprendizagem que acontece a partir da ação, pois o conhecimento é resultado da ação do sujeito sobre o mundo.
Hoje sei também que é importante proporcionar o trabalho com diferentes formas de linguagens e que é através do trabalho cooperativo e das trocas que cada um vai, de acordo com seu próprio tempo, construindo sua aprendizagem e meu papel é de mediadora, proporcionando desafios que façam os alunos pensarem , fazendo questionamentos para suas reflexões e permitindo que possam expressar suas idéias, aprendendo a argumentar. É um trabalho difícil, que exige muita reflexão do professor e conhecimentos teóricos, mas é o melhor caminho para uma aprendizagem significativa.
Esses são os caminhos para uma educação cooperativa, autônoma e centrada no aluno que leve a uma transformação efetiva da sociedade. A transformação só é possível quando a pessoa acredita ser necessário mudar e sempre num processo dinâmico de dentro para fora, pois sendo assim será significativa. Essa transformação será gradual, mas precisa ser iniciada e nós, como educadores, estamos tendo a oportunidade de aprendermos para iniciarmos essa transformação.
“A cooperação só acontece na aceitação do outro”. (Maturana, 1993).
Conforme Rubem Alves (2005) "nossos sentidos são todos órgãos de abrir-se para o mundo, de ter prazer nele. E qual é a tarefa da educação senão levar-nos a aprender a amar, a sonhar, a construir os próprios caminhos, a descobrir novas formas de ver, ouvir, sentir e refletir, aceitando os desafios dos caminhos no mundo?”.

Um comentário:

Geny disse...

Querida aluna Ligia!


É gratificante ler as suas colocações e saber que teve significativo aproveitamento com as Interdisciplinas do Curso PEAD, que veio ao encontro desejado de desacomodação, para garantir uma educação de qualidade.

Obrigado por sua postagem!

Um carinhoso abraço,

Geny