sexta-feira, 5 de setembro de 2008

A ORGANIZAÇÃO ESCOLAR EM UMA PERSPECTIVA DEMOCRÁTICA


O modelo de administração burocrática vem cedendo lugar a uma administração democrática, onde a centralização de poder está sendo substituída pelas negociações e discussões entre os segmentos das escolas – pais, alunos, professores e funcionários.

Esse processo de gestão democrática não é função exclusiva do gestor, mas de um trabalho participativo, envolvendo todos os segmentos que fazem parte da escola.

Na gestão democrática há uma combinação de processos que mesclam democracia representativa, através de instrumentos e instâncias formais que pressupõem a eleição de representantes, com a democracia participativa através do estabelecimento de estratégias e fóruns de participação direta, conselhos de classe, assembléias que dão fundamento a essas representações.

Os princípios de uma gestão democrática são a participação efetiva de todos os segmentos da escola, a descentralização do poder e principalmente a transparência nas negociações entre os representantes dos diferentes segmentos, que se da através do acesso de todos às informações relevantes para a tomada de decisões. A transparência deve estar presente em todas as questões administrativas, financeiras e pedagógicas.

Enfim, a gestão democrática significa a união entre instrumentos formais – a eleição de direção, conselho escolar, descentralização em todos os aspectos e práticas efetivas de participação, que precisam ser realmente efetivas e esse, talvez, seja o grande objetivo da gestão democrática.

Na escola onde atuo há uma gestão democrática com a eleição de direção e Conselho Escolar, mas em relação à participação ainda estamos em desenvolvimento, pois a mesma é muito passiva, os segmentos funcionam mais como uma instância de consulta e não no estabelecimento de diretrizes, metas, execução e avaliação. Na construção do Projeto Político Pedagógico houve a participação de todos os segmentos escolares, sendo que o segmento pais foi muito pouco representativo em relação ao número de alunos da escola, mas participaram mais como ouvintes, poucos opinam ou tomam iniciativas.

Percebo uma certa apatia e falta de motivação por parte dos professores, que fazem muitas críticas, mas não procuram soluções. Acredito que o trabalho docente é muito fragmentado, individualista, não é privilegiado o trabalho coletivo e para haver a participação efetiva de toda comunidade escolar é necessário trabalhar de forma cooperativa, com responsabilidade, flexibilidade, respeito e valorização de todos os segmentos escolares. Dessa forma estaremos contribuindo para um verdadeiro processo de gestão democrática.

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