sexta-feira, 1 de maio de 2009

Estágios de desenvolvimento segundo Piaget

De acordo com Piaget os estágios do desenvolvimento caracterizam as diferentes maneiras do indivíduo interagir com a realidade, ou seja, de organizar seus conhecimentos visando sua adaptação, constituindo-se na modificação progressiva dos esquemas de assimilação. Os estágios evoluem como uma espiral, de modo que cada estágio engloba o anterior e o amplia. Piaget não define idades rígidas, mas sim que estes se apresentam em uma seqüência constante.

SENSÓRIO-MOTOR (0 a 2 anos)
Nessa fase o contato com o meio é imediato, sem representação ou pensamento. A inteligência é prática, baseada nas sensações e nos movimentos. As noções de tempo e espaço são construídas pela ação, ou seja, a criança não representa mentalmente os objetos, sua ação é direta sobre eles.

PRÉ-OPERATÓRIO (2 a 6/7 anos)
Nessa fase o pensamento é marcado pela intuição, pela percepção imediata da realidade e não pela lógica. A criança é egocêntrica, centrada em si mesma.
Aparece a função simbólica ou semiótica, ou seja, é a emergência da linguagem.
É um período caracterizado pelo desequilíbrio: há uma predominância de acomodações e não das assimilações e pela irreversibilidade : a criança não compreende a existência de fenômenos reversíveis.
A representação é estática, incapaz de representações mentais com rapidez e flexibilidade, não entende as transformações.
Apresenta sinais de pensamento lógico.
As crianças são sonhadoras, imaginativas e criativas, a realidade é aquilo que a criança sonha e deseja e dá explicações com base na sua imaginação, sem ter em consideração questões de lógica. Por exemplo: duas peças de um jogo podem representar duas pessoas.
Nessa fase há a ausência relativa de equilíbrio entre assimilação e acomodação. A criança é mais submissa às mudanças do que controladora das mesmas. Não possui um sistema de equilíbrio com o qual possa ordenar, formar com coerência o mundo que a cerca. Sua vida cognitiva com sua vida afetiva tende a ser instável, descontínua e momentânea.

OPERATÓRIO-CONCRETO (7 a 11 anos)
Nessa fase a criança desenvolve noções de tempo, espaço, ordem, mas ainda depende do concreto para chegar à abstração.
As crianças são capazes de aceitar o ponto de vista do outro, levando em conta mais de uma perspectiva, possuem pensamento lógico, conseguem realizar operações mentais, compreendem que existem ações reversíveis.
A criança possui maior capacidade de estar concentrada. Precisa operacionalizar e movimentar toda a realidade para chegar a conclusões. Começa a dar grande valor ao grupo de pares, começa a gostar de sair com os amigos, adquirindo valores como amizade, companheirismo, partilhas... Nessa fase começam a aparecer os lideres.
As crianças têm capacidade de classificação, reversibilidade e agrupamento.

OPERATÓRIO FORMAL (12 anos em diante)
Nessa fase a criança trabalha com a lógica das idéias e não com as imagens.
Ocorre o desenvolvimento das operações de raciocínio abstrato. A criança se libera totalmente do objeto, não precisa operacionalizar e movimentar toda a realidade para chegar a conclusões.
Possui raciocínio hipotético-dedutivo: coloca hipóteses, formulando mentalmente todo o conjunto de explicações possíveis.
É capaz de pensar sobre o próprio pensamento e sobre os pensamentos de outras pessoas, percebendo que, em face de uma mesma situação, diferentes pessoas têm diferentes pontos de vista.


É importante conhecer o nível de desenvolvimento da criança, ou seja, a sua forma de pensamento, pois assim o professor pode propor atividades e experiências que contribuam para o progresso da criança.
A maioria das atividades,na escola, exige que a criança fique sentada, parada, com atenção numa única direção. Para realizar essas tarefas é necessário muito controle, o que normalmente acontece no estágio operatório formal, ou seja, “... a intensidade com que a escola exige essas condutas é superior às possibilidades da idade, o que propicia a emergência de dispersão e impulsividade (...)”. (WALLON apud GALVÃO, 1995: 109).

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